Krippendorf, Tost. Sociologia do Turismo: para
uma nova compreensão do lazer e das viagens. São Paulo: Aleph, 2000.
Segundo Krippendorf o texto retrata o turismo como sendo um meio de fugir
da turbulência do nosso dia-a-dia, dos trabalhos exaustivos, da moradia, do
lazer, dos estudos, as pessoas viajam para tentar descansar, se desligar dos
maus pensamentos, fugir do cotidiano e assim viajam a qualquer preço. Milhões
de pessoas aglomeram-se todos os finais de semanas tentando encontrar um lugar
ao sol, amontoando-se assim nas praias onde de grandes se tornam pequenas, e
assim conseqüentemente os hotéis, restaurantes, pontos turísticos, áreas
naturais onde este começa aparecer um grande desgaste.
Estamos atropelando nosso tempo, onde este é o bem mais precioso, pois
consequentemente deixamos de viver uma vida tranquila, onde poderíamos usufruir
das pequenas e de grandes viagens como as férias, onde trabalhamos o ano
inteiro atrás delas, criamos perspectivas de locais jamais vistos antes por
nossos olhos e ao nos depararmos vemos que tudo àquilo que esperávamos acaba se
tornando muitas vezes uma viagem frustrada, pois não nos desligamos
completamente de nosso dia-a-dia para podermos assim usufruir de momentos
tranquilos, benéficos a nossa saúde e a nossa alma.
A busca desenfreada desta procura incessante por esses pequenos momentos
de tranquilidade hoje é apreciada por todas as classes sociais, mas essa busca
de viajar, de conhecer novos lugares, se desligar do cotidiano começa a ser
vista por especialistas deste meio que só tende a crescer durante os próximos
anos como um conjunto de vários fatores econômicos que alavancam o meio socioeconômico,
e a sociedade acaba lucrando em cima, pois o turista tem a necessidade de
alimentar-se bem, comprar lembranças, vestir-se bem aos olhos dos demais. Tantos
os moradores locais como os defensores do meio ambiente começam a lutar pelos
seus direitos de não sentirem-se mais tranquilo em suas casas, de verem que o
meio ambiente começa a se degradar, pois são invadidos pela massa de turistas
todos os dias, pelas inúmeras rodovias que são construídas todos os dias, sendo
assim sentem-se asfixiados não tendo mais seu tempo livre para determinar seu
desenvolvimento e nem que a natureza tenha sua preservação garantida.
Acredito que se não nos conscientizarmos em que viajar é, e sempre será
um momento pessoal para relaxar, deixar de lado os maus pensamentos de nosso
cotidiano, haverá sempre uma frustração não compensada por estes breves
momentos onde a tranquilidade não é apreciada, pois sempre esperamos mais e
nada fizemos para que isso mude. Devemos encontrar a felicidade nos pequenos
momentos, e o turismo tem essa vantagem de enriquecer e estimular a sociedade
para um presente e futuro melhor respeitando seu próximo e conscientizando-se quanto
às áreas naturais visitadas para que assim possam ser vistas e apreciadas
também pelas gerações futuras.
Texto de: Letícia Mazutti