sábado, 24 de novembro de 2012

Choque de culturas

Na chegada dos portugueses, os índios se prostraram pasmos, curiosos, já para os viajantes os índios eram vistos como um povo ingênuo, simples, sem maldade, inocentes e com muitas riquezas, riquezas essas que os encantaram, e desta terra brasileira tiraram tudo o que puderam, extraíram minérios, alimentos, especiarias, abusaram das mulheres indígenas entre tantos outros fatos decorrentes da época.
Os indígenas usufruíam desta terra de uma maneira linda, respeitosa, viviam com a finalidade de viver, gozar a vida, respeitavam a natureza, da qual tiravam seu alimento, e obtiveram extremos conhecimentos de ervas por anos de convivência, assim sabiam a finalidade de cada uma.
Com sede de riqueza, de reconhecimento, chegaram os portugueses malcheirosos, exaustos de meses de navegação e com seus conhecimentos e presentes começaram a conquistar a confiança dos índios, que mais tarde acabaram por trazer tristeza a um povo tão bonito, um povo que festejava, ria, cantava, dançava, que vivia ludicamente.
Os portugueses de forma selvagem impuseram ordens, com suas argumentações convenciam os índios a trabalharem de forma escrava na construção do Brasil, além de terem feito com que mudassem a forma de vestir, não andando mais desnudos, enfim os jesuítas tinham o objetivo de doutrinar e recriar o modo de vida dos índios, o que fez com que se adequassem e abandonassem em partes suas tradições. A partir dos conhecimentos dos indígenas os portugueses herdaram a técnica de sobrevivência, do deslocamento nesta imensa terra, seus frutos e ervas medicinais, conviveram com outros costumes e tradições, tiveram acesso a tanta riqueza e não souberam valorizar e agradecer.
Darcy Ribeiro apresenta em “O Povo Brasileiro” um choque de culturas, a imagem dos índios em relação aos portugueses e vice versa. O encontro na costa brasileira dos civilizados e dos selvagens, concepções diferentes de mundo, de amor, de vida e de morte que construíram esta nação.

Texto de: Andressa Dai Prai