Na chegada dos portugueses, os índios se prostraram
pasmos, curiosos, já para os viajantes os índios eram vistos como um povo
ingênuo, simples, sem maldade, inocentes e com muitas riquezas, riquezas essas que
os encantaram, e desta terra brasileira tiraram tudo o que puderam, extraíram
minérios, alimentos, especiarias, abusaram das mulheres indígenas entre tantos
outros fatos decorrentes da época.
Os indígenas usufruíam desta terra de uma maneira
linda, respeitosa, viviam com a finalidade de viver, gozar a vida, respeitavam
a natureza, da qual tiravam seu alimento, e obtiveram extremos conhecimentos de
ervas por anos de convivência, assim sabiam a finalidade de cada uma.
Com sede de riqueza, de reconhecimento, chegaram os
portugueses malcheirosos, exaustos de meses de navegação e com seus
conhecimentos e presentes começaram a conquistar a confiança dos índios, que
mais tarde acabaram por trazer tristeza a um povo tão bonito, um povo que
festejava, ria, cantava, dançava, que vivia ludicamente.
Os portugueses de forma selvagem impuseram ordens,
com suas argumentações convenciam os índios a trabalharem de forma escrava na
construção do Brasil, além de terem feito com que mudassem a forma de vestir,
não andando mais desnudos, enfim os jesuítas tinham o objetivo de doutrinar e
recriar o modo de vida dos índios, o que fez com que se adequassem e
abandonassem em partes suas tradições. A partir dos conhecimentos dos indígenas
os portugueses herdaram a técnica de sobrevivência, do deslocamento nesta
imensa terra, seus frutos e ervas medicinais, conviveram com outros costumes e
tradições, tiveram acesso a tanta riqueza e não souberam valorizar e agradecer.
Darcy Ribeiro apresenta em “O Povo Brasileiro” um
choque de culturas, a imagem dos índios em relação aos portugueses e vice versa.
O encontro na costa brasileira dos civilizados e dos
selvagens, concepções diferentes de mundo, de amor, de vida e de morte que
construíram esta nação.
Texto de: Andressa Dai Prai
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